quinta-feira, 4 de junho de 2009

PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL. É POSSÍVEL NA AMAZÔNIA?

“Hoje, o mundo está preocupado com a guerra nuclear, mas essa ameaça vai desaparecer. A guerra do futuro será entre os que defendem a natureza e os que a destroem. E a Amazônia vai ficar no olho do furacão. Cientistas, políticos e artistas desembarcarão aqui para ver o que está sendo feito com a floresta.” (Jacques Yves Cousteau. 1910-1997)*


Nas Américas, especialmente no Brasil, pouco sobrou das florestas nativas que existiam na época do descobrimento. Em outros países, como os Estados Unidos da América, não é diferente. Entre os próprios ambientalistas existem pontos de discórdia quando o assunto é desenvolvimento sustentável para a Amazônia, pois as mesmas convicções que criticam o uso das florestas nativas para a produção de celulose e derivados norteiam as restrições feitas contra a utilização das árvores de reflorestamento. As florestas são patrimônios da humanidade e que devem permanecer intocadas para garantir a sobrevivência do planeta, enquanto que a monocultura – eucaliptos – é condenada por acabar com as outras espécies de vida.


Manter a Amazônia intacta é um desafio para os governantes da América do Sul. O bioma amazônico estende-se pelos territórios da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela totalizando 5,5 milhões de KM². Esse imenso tesouro verde atiça a cobiça de exploradores que querem destruir a floresta para retirar suas riquezas.


A biopirataria é outro desafio a ser enfrentado pelas autoridades dos países que compõem o bioma. Em 2002, mais de 100 representantes de pescadores, artesãos, povos indígenas, agricultores, extrativistas, ONG's, de 32 paises participaram da Oficina Internacional "Cultivando Diversidade", cujo encontro realizou-se na cidade de RioBranco, capital do estado do Acre, Brasil, nos dias de 09 a 19 de maio daquele ano. Da reunião foi extaída uma declaração que ficou conhecida como "Compromisso de Rio Branco" onde as entidades assumem publicamente o compromisso de lutar pela proteção e preservação de todo o ecossistema da floresta. Veja aqui o documento na íntegra.


Cientistas tem feito pesquisas relacionadas ao clima e a biodiversidade local com mais intensidade depois que Charles Darwin, em 1859, publicou o livro “A origem das espécies", porém, poucas voltadas para o meio produtivo. Hoje é possível verificar projetos que valorizam a mão-de-obra da região, bem como os produtos que são extraídos sem degradar a floresta.


Pois bem, como manter as características vitais do bioma e ao mesmo tempo garantir produção sustentável aos povos da floresta? A questão continuará sem uma resposta definitiva que satisfaça às necessidades de cuidados com a região, porém, há uma percepção de que o Norte da América do Sul está sendo cada vez mais valorizado. Programas são exibidos na televisão, cuja ambientação é feita na floresta amazônica, e retratam aspectos fundamentais da cultura local. Seminários e encontros como os da Oficina Internacional "Cultivando a biodiversidade" realizados na floresta contribuem para que os brasileiros que vivem em outras regiões do país conheçam os, também brasileiros, que vivem na floresta.


*Frase atribuída à Jacques Yves Cousteau, que a teria dito em 1982, durante a sua expedição científica pela Amazônia, por Luiz Carlos Marin na edição de julho/2004 da revista Superinteressante.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

DESAFIOS DO ADMINISTRADOR DE RH (I)

A Administração de Recursos Humanos tem muitos desafios a serem superados no século XXI. A adaptação às novas exigências de um mercado cada vez dinâmico, complexo e competitivo tem que ser efetivadas rapidamente. Segundo Philip Kotler, o mais influente consultor de marketing da atualidade, qualquer departamento, pessoa ou função somente se justificará se contribuir para a atividade fim da empresa.

Nesse contexto as atribuições do Gestor de Recursos Humanos assumem um papel que vai além de processar a folha de pagamento ou atualizar os registros de funcionários. De acordo com Kevin Berchelmann, - dossiê RH da revista HSM Management, set/out 2006 - a ARH adquiriu dimensões fundamentais para o planejamento estratégico das organizações. Parece irônico, diz ele, as atuais responsabilidades da ARH ficaram tão significativas que não podemos mais deixar que tome decisões isoladas.

Para os gestores envolvidos com o processo produtivo o Departamento de Recursos Humanos é visto como um custo desnecessário e nas épocas de crise a lógica administrativa diz que reduzir custos a partir dele é a melhor alternativa para superar as dificuldades. A visão míope faz que os administradores tomem decisões apressadas e equivocadas que acarretam invariavelmente na redução do quadro de funcionários.

O esforço feito para captar talentos, dentro ou fora da organização só não é maior que o dispêndio necessário para manter o capital humano dentro da organização. Para os administradores de RH a tarefa de “garimpar” talentos no mercado ou reconhecê-los dentro do quadro de funcionários, sem a participação dos demais departamentos é nula. Kotler e John Caslione no livro “Vencer no caos”, recentemente lançado, dizem que por mais tentador que seja o administrador deve adotar a postura de não demitir, principalmente se for só para garantir resultados de curto prazo. O risco é ter que recontratar esses profissionais quando a situação melhorar, porém, com custos mais elevados.