No ano passado o Natal começou a ser lembrado pelo comércio já em meados de agosto, logo após o dia dos pais. Devido a grave crise financeira que afetou (e continua afetando) os principais mercados mundiais – USA, Europa e Japão – o setor varejista começou a “convocar” o consumidor para ir às compras com decorações alusivas à data. A imprensa, que normalmente cumpre o seu papel de incentivadora ao consumo, mostrava um cenário totalmente adverso às compras sendo necessário a interferência direta da Presidência Nacional para esclarecer que a crise financeira estava fora das fronteiras brasileiras.
Hoje, porém o consumidor está mais calmo, a serenidade voltou aos mercados internacionais (será?). A imprensa é unânime em afirmar que o peru de Natal este ano será mais gordo. Mas será que é só isso. Será que o Natal é só uma orgia de compras e de ruas apinhadas com gente estressada e apressada em ritual de auto flagelação? No Ocidente, onde o valor das pessoas é medido pelo que elas têm a oferecer e não pelo que elas são, o Natal não passa de um grande comércio. O Marketing renovou as esperanças corporativas ao unir o espírito e o capital, ou seja, Deus e o dinheiro.
O dia de Natal é celebrado com festas familiares e corporativas onde não faltam vinhos, comida, presentes e muita alegria. Cristãos lembram que a data deve ser de reflexão e união e que o verdadeiro espírito natalino está nas coisas puras e simples e que o principal objetivo da data é comemorar o aniversário de nascimento do menino Jesus.
De nada vale Jesus nascer em Belém [1]
Se não nascer em ti de novo.
Não o busques no além.
Faça-o nascer do povo.
É importante buscar o equilíbrio entre a materialidade e a espiritualidade que reina na época de Natal. A fraternidade vivida em família diminui a distância entre as gerações e alimenta o espírito enquanto mantém acesa a tradição natalina. A carência, característica apontada por Aristóteles, enquanto define o homem como animal social por natureza, fica latente nessa época do ano em que as pessoas enfrentam felizes todas as provações do desgaste físico e mental apenas para comprar “uma lembrancinha” para que o Natal não passe em branco.
[1] http://www.leonardoboff.com/site/vista/2001-2002/natal.htm (acessado em 20.12.2009)
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