O presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, frequentemente fala em seus discursos, que não cabe aos países emergentes o ônus da crise financeira que tem seu principal foco na maior economia do planeta, os Estados Unidos da América. Lula foi duramente criticado pela imprensa local por falar em evento oficial com o primeiro-ministro britânico Gordon Brown que a atual crise não nasceu entre os índios e os negros, e sim nos países de gente branca e de olhos azuis. Inicio esse artigo com esse discurso para mostrar a sutileza com que fatos e tendências dentro da economia ganham novas cores e novos sabores.
Artigo publicado na revista Exame, 20 de maio de 2009 desperta o interesse devido a situações que envolvem os mercados emergentes como base para lançamento de novos produtos. Recentemente neste blog foi publicada a inovação de um produto produzido em Portugal. Dessa vez o autor pretende falar um pouco do aspecto econômico ao se desenvolver produtos e tecnologias nos países emergentes.
Sob o título de “A solução veio dos emergentes”, a revista Exame relata o “trickle up”, termo com sentido inverso ao que os economistas chamam de “trickle down”. A expressão original (trickle down) significa “pingar para baixo”, que no bom economês diz que as riquezas produzidas e acumuladas nos países ricos escorrem naturalmente para os países mais pobres. O exemplo mostrado pela revista destaca quatro momentos da versão do xarope Vick, da Procter&Gamble, cuja fórmula produzida para atender inicialmente o mercado mexicano em 2003. Somente no ano seguinte chegou ao Brasil, em 2005 nos EUA para atender as comunidades hispânicas da Califórnia e do Texas e, em 2008 ganhava o mercado suíço com embalagem nova e o apelo de ser um produto homeopático.
As terminologias, talvez, sejam apenas termos técnicos, nada mais do que isso. É perceptível que no movimento “trickle down” o produto é produzido no país no qual a organização tem sede administrativa, enquanto que no movimento “trickle up” a inovação é concebida e produzida no país emergente e que certamente arcará com o ônus da produção. Quando se aborda o ciclo de vida de um produto, a fase que acumula os custos e que ainda não há possibilidade de geração de receitas é omitida. É exatamente nesse ponto que os CEO’s precisam atuar, cortando gastos, para aumentar a margem de lucro.
A velocidade com que novos produtos são lançados no mercado, aliada a necessidade de redução de custos faz com que o tempo decorrido desde o planejamento e a introdução da coisa produzida seja cada vez mais curto, algo que pode ser comprometedor se não forem adotadas medias para assegurar a qualidade.
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