domingo, 18 de janeiro de 2009

Sustentabilidade: quem é o responsável?

Duas histórias diferentes, porém iguais:


História um: Uma elegante princesa chega com sua carruagem, pilotada por ela mesma, sem cocheiros para escoltá-la, estaciona em uma esquina e desce sorridente enquanto se dirige ao porta-malas espalha seu perfume sedutor. Ela abre o compartimento e de lá retira duas sacolas de lixo e prepara-se para jogar na via pública quando se depara com um despacho (desses com velas coloridas e outros apetrechos que costumam ser colocados nas encruzilhadas como uma espécie de ritual religioso), surpresa ela resmunga algo dá a volta e livra-se dos rejeitos que portava. Embarca em sua condução e parte para encantar algum príncipe pelo caminho.

História dois: Uma plebéia, dama de companhia de alguma princesa, desce as escadarias da torre apressada com várias sacolas nas mãos. Olhando para os lados assustada como se dissesse “estou atrasada” igual ao coelho de uma outra história. Suspira aliviada quando percebe que ainda dava tempo de distribuir os volumes que trazia nos contêineres adequados – lixo seco (papeis, vidros e plásticos) e o lixo úmido (casca de legumes e restos de comida). Sua preocupação em descartar corretamente o seu lixo doméstico era tamanha que ela teve a preocupação de abrir cada um das cinco lixeiras e conferir se estava fazendo tudo certo. Aí chegou o caminhão da coleta pública de lixo e jogou tudo dentro da caçamba sem nenhum critério de separação e partiu rumo a outra coleta.

As duas histórias reais servem para responder ao título da matéria “Sustentabilidade: quem é o responsável?” Cada um é responsável pelo lixo que produz. Se alguém gera duas sacolas de lixo por dia é tão responsável pelo seu correto descarte como quem produz 5, 10 ou mais sacolas de lixo. A preocupação com a destinação final daquilo que não tem mais utilidade tem que ser constante. Educação, essa parece ser a palavra-chave para responder a pergunta, não a educação tradicional que é recebida nos bancos das escolas e sim aquela que cada um traz dentro de si, mas acha que só os outros é que devem utilizá-la.

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